18 de out. de 2012

Um Leão no Oeste

O primeiro filme de faroeste italiano, ou “spaghetti western”, a que assisti foi “O Dólar Furado” com Giulianno Gemma.
Todo mundo pensa que esse filme é do Sergio Leone e com o Clint Eastwood. Hahaha. Por que será?
Talvez porque a dupla Leone/Eastwood seja reponsável pela grande virada estética e filosófica que Sergio Leone trouxe para o gênero na década de 60.

Sergio Leone

Considero o diretor de origem italiana um dos maiores gênios da filmografia mundial.

Nasceu e se criou dentro do cinema, filho de um dos pioneiros do cinema italiano, o diretor Roberto Roberti (Vincenzo Leone), e da atriz Bice Valerian.

Não posso deixar de lembrar do Alberto Roberto nessa hora. :P hahaha

Leone começou cedo, ainda na adolescência, trabalhando como assistente de direção de diretores italianos e americanos que trabalhavam na Itália, em geral nos épicos bíblicos e romanos muito em voga na época.

Mais para o final da década de 50 ele começou a escrever roteiros, e a dirigir, depois de assumir o cult-tosco, Os Últimos Dias de Pompéia (1959), em substituição ao diretor original que ficara doente e do qual já era roteirista e assistente. Seu primeiro filme solo foi O Colosso de Rodes (1961), um épico romano banal.

Foi com seu segundo longa, Por Um Punhado de Dólares (1964), um “remake” descarado de Yojimbo - O Guarda-Costas (1961), de Akira Kurosawa, que causou a revolução. Embora tenha, inclusive, sido processado pelo diretor japonês ao qual teve que pagar indenização, não se pode negar o mérito de ter trazido e adaptado o estilo do japonês ao, até aquela época, pasteurizado formato de faroeste. Anos mais tarde homegearia Kurosawa em um de seus filmes mais sublimes.

Embora não tenha sido o primeiro faroeste italiano, foi, de longe, o mais bem sucedido e lançou, ao estrelato, a carreia do então desaconhecido ator de TV, Clint Eastwood. Leone sonhava com Henry Fonda ou Charles Bronson, mas não tinha bala para vôos tão altos.



As duas continuações, Por Uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966), com orçamentos maiores, foram ainda mais bem sucedidos e formam com o antecessor a chamada Trilogia dos Dólares.

Sua obra-prima no gênero foi




Aquele que planejara ser seu último western, filme em que, finalmente, trabalhou com Fonda e Bronson, fracassou nas bilheterias americanas após ter sido mutilado pela Paramount Pictures nas mesas de montagem.

Relutante e indeciso, enquanto diretor de Quando Explode uma Vingança (1971), declinou do convite para dirigir O Poderoso Chefão (1972), em favor de seu projeto dos sonhos, 





Com Robert deNiro no papel principal, conta a história lírica sobre as lembranças e arrependimentos de um chefão novaiorquino. O filme demorou 10 anos em fase de pré-produção e conclui a Trilogia da América do realizador, também referida como Trilogia do Tempo. 

O filme está na minha lista dos 10 melhores que já vi.

Um de seus maiores colaboradores foi o magnífico compositor, Ennio Morricone, um ex-colega de classe.

Morreu, aos 60 anos, na Itália, em 1989, enquanto preparava sua mais ambiciosa produção, um roteiro sobre o Cerco de Leningrado na Segunda Guerra Mundial, que também seria estralada por de Niro.

Com carreira de poucos filmes, o brilhante Sergio Leone é inspiração para novos (e nem tanto) cineastas como Robert Rodriguez e Quentin Tarantino.

Fuzile o dono de sua locadora se ele não tiver esses filmes. Boa pipoca!

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