Houve um tempo em que o mais perto que a gente podia chegar da
comida mexicana era o seriado do Zorro com Guy Williams e seu impagável
Sargento Garcia defendido por Henry Calvin. Depois veio o Trinity das comédias
escrachadas de "spaghetti western" e a gente ficou até com inveja do
cavalo dele. Hahaha Eca!
Quem não entendeu a piada assista:
Eles me chamam Trinity, com Terence Hill.
Em 1973, nossa turma de parentes viajou em peso para a
Califórnia. O destino era a Disneylândia, São Francisco e arredores.
Eu já conhecia o parque de outros carnavais e contei
para todos sobre meu deleite com a comida mexicana de um restaurante que havia
lá.
Um aparte aqui: A tal comida mexicana era, sem que eu
soubesse, na verdade, a comida TEX-MEX, da sigla que designa a culinária típica
das regiões entre o Texas e o México.
Em linhas gerais, e com muitas variações, a comida Tex-Mex
seria aquela praticada pelos americanos de origem mexicana e que hoje está espalhada pelos EUA e pelo mundo.
Ficava bem na curvinha à direita depois d’“Os Piratas do
Caribe”. De lá para cá, o parque foi expandido e, só na Flórida, hoje, existe no mesmo local um
restaurante parecido com o daqueles tempos.
Era um bandejão que oferecia tacos, "enchiladas", "fajitas", "chili", "nachos com queso", etc...
Fiz a maior propaganda para meus primos e amigos. Todos esperavam
ansiosos. E, ao que parece, detestaram!
Virei motivo de piada por muitos anos por causa disso.
“Comida mexicana? Chama o Caito!”
“Mexicano aqui só tem um: o Caito!”
Até de Cajito fui apelidado! E por gente que, espantosamente,
nada teve com o assunto! Hahahah. É o fantasma da Frida Kahlo rondando a minha
casa. (aliás, belíssimo filme!).
Minha mãe e eu ficaríamos em LA por um tempo...
Opá! Porque
brasileiro “fala” LA para Los Angeles? Puta mania de copiar estrangeiro! É
pernóstico p’ra carácoles!!! (já que o assunto é mexicano...) E pior: é um tiro
no pé de alguém que está tentando dar uma de bacana; outra coisa que beira a
idiotia.
Nos “diners” de Los Angeles passei, com freqüência, a pedir "tacos",
"chilis", “chili dogs” e um prato dignamente rodoviário que faziam
numa lanchonete de lá:
Chef’s Special
Pão de hambúrguer aberto
Dois hambúrgueres de 125 g
Queijo americano ou cheddar derretido
Duas conchas generosas de chili com carne por cima
Potinho de cebola crua picada
Aos 13 anos, eu traçava um desses com a maior facilidade do
mundo! Hehe Bons tempos!
Voltando ao Brasil, em 1975, descobri que o “Jack In The Box”
havia se instalado por aqui. Eles faziam um taco delicioso que era frito já com
a carne dentro. Quase um pastel aberto do lado. Depois colocavam o queijo
processado que derretia com o calor e um ótimo molhinho de pimenta. Fui
freguês do Jack durante todo o tempo em que permaneceu aqui. Não sei por que
não deu certo. Os sanduíches eram ótimos. (Aliás, sobre freguês, aguarde o próximo post).
Quando viajei de volta ao eixo LA-SF por ocasião de minha lua-de-mel, ocorreu meu primeiro contato
com a cadeia Taco Bell, o McDonalds da comida tex-mex.
De lá para cá esse trato só tem se intensificado.
Passei a pesquisar receitas e comprar livros em minhas
viagens. Depois, com a internet, tudo ficou mais fácil.
Hoje, em casa, fazemos tacos usando aqueles kits que se
encontram nos supermercados. Chili com Carne é uma de nossas especialidades. O
prato nada mais é que uma espécie de
O processo é parecido com o nosso.
O que dá o tom TEX-MEX é o tempero à base de:
Cebola,
Pó de chili, sem sutileza,
Pimentão verde picado ou em tiras, sem pele, com sutileza. (sugiro
vermelho ou amarelo).
Se conseguir o Pó de Chili, melhor. Caso contrário substitua
por:
Muito alho,
Orégano
Cominho a gosto, sem sutileza,
Sirva numa cumbuca acompanhado de doritos ou torradas e “sour
cream”, ou “cream cheese”.
O nosso paladar mudou muitos nesses últimos 40 anos. Ficamos
mais ecléticos. Hoje temos a sorte de poder apreciar quase de tudo. Já se
encontram restaurantes mexicanos por ai... Para o mal... E, felizmente, para o
bem...
...Sem que tenhamos que avançar eqüinamente sobre a panela de ninguém.
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