17 de set. de 2012

Besteirol Erudito


Por que será que hoje em dia todo mundo, sempre chama freguês e paciente de cliente?

Entre outras,

Freguês é um sujeito que compra uma mercadoria.
Paciente é alguém que está se utilizando de algum serviço de saúde ou sendo atendido por algum profissional da área.
Cliente é uma pessoa que esta usando algum serviço.

A rigor, se procurar no dicionário, encontrará cliente como sinônimo de freguês. Uma espécie de genérico. Mas, isso quase nunca era usado, pois gera dúvida (ou deveria).

A culpa é desses consultores iletrados que querem dar uma de entendidos bacanas e, por exemplo, mandam o balconista falar “pois sim” no lugar de “pois não” ao atender um FREGUÊS. 

A justificativa imbecil seria a de que a segunda forma tem conotação negativa por causa da palavra “não”.

“... « Pois não, com certeza », a resposta é afirmativa, mas encontra-se sincopada. Completa seria assim, por exemplo:

Pois [então] não [havia de poder?] Com certeza [que sim/que pode!]...

...o advérbio negativo, não, dá força, intensifica o que se diz, porque mostra que o emissor se encontra um tanto admirado de o outro, o receptor, não ter visto imediatamente que sim, que pode fazer aquilo. É como se ele tivesse dito assim:

Pois tu não vês que sim, que podes?” (sic)

O neófito escuta de rabo de orelha em alguma palestra de algum outro energúmeno que, sem explicar, fala, até corretamente, que (em publicidade):

Deve-se evitar a palavra “não” ou aquelas que tragam um sentido negativo (EM CARTAZES ou CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS!!!!!) ao produto, ou à sensação sobre o mesmo, ou ao seu ambiente comum.

E depois sai tagarelando merda por ai. Repare: a idéia é EVITAR e não eliminar causando confusão.

Isso é uma sutileza de um setor onde se trabalham com volumes estatísticos enormes e qualquer detalhe pode significar muito dinheiro.

Um açougue não vai deixar de vender mais carne se o balconista empregar palavras negativas em seu vocabulário.

Mas, se esse balconista, for mal educado, descortês, fedido, sujo, mal encarado, e/ou outras barbaridades, certamente esse açougue espantará muita clientela.

Está sendo esquecido que, dependendo da entonação e do contexto, a forma mais comum, em minha opinião, ao menos no Brasil, de “Pois sim”,  a irônica, tem uma conotação de dúvida ou desagrado:

“Pois, sim! Só porque você quer! Até parece! Duvido!” (conotação negativa irônica).

Seu uso em outras situações coloquiais menos comuns, pode (ou deveria) gerar confusão.

 Já reparou que hoje em dia tem consultoria para todo tipo de burrice? Pagar por uma virou moda.

Portanto, quando for atender alguém, não complique; Diga, de preferência com um feliz sorriso, POIS NÃO?” ou "Posso ajudar em alguma coisa?. E não complique com um “pois sim?”, pois sim! (chacrinhando, hahaha) Afinal o sorriso e a gentileza é que fazem grande parte da diferença.



Por favor, não maltratem a língua tanto assim!! (paulinhodaviolando de novo)

PS: Confesso que tenho dúvidas em relação ao uso de vírgula nas expressões discutidas. Ao que me parece, pela ligeira pesquisa que fiz e segundo a explicação da forma sincopada do “pois não”, o uso correto deveria ser sem a vírgula. Se alguém tiver algum esclarecimento maior, por favor, se adiante. Guilherme! Afinal, acho que estamos aqui também para isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário