14 de set. de 2012

Guerra nas Estrelas IV


Uma Nova Esperança


A teoria da “Jornada do Herói” estudada, em grande parte desenvolvida e denominada pelo antropólogo americano, Joseph Campbell atesta que toda cultura, independente de seu nível de desenvolvimento e período no tempo, alimenta, em algum momento um padrão de lenda ou até mesmo uma história real sobre um herói relutante que é chamado ao dever de salvar uma pessoa ou grupo contra um inimigo poderoso.

Se as impressões de Campbell estão corretas, o tempo ainda dirá, mas é certo que esse padrão é encontrado sempre e que nossa cultura contemporânea de entretenimento usa e abusa da estrutura apontada por ele.

Grandes escritores, como James Joyce, e produtores de cinema, como Disney, usaram-na para compor suas obras.

O maior exemplo popular contemporâneo é George Lucas com sua saga “Guerra nas Estrelas”.

Fui assistir a Guerra nas Estrelas, Uma Nova Esperança, com minhas primas em 1978, tínhamos algo em torno de 17 ou 18 anos. A turminha era composta ainda de umas gostosinhas amigas de minhas primas em quem, nós, eu e os outros meninos, estávamos sempre de olho para uma eventual casquinha no escurinho do cinema. Pois é! Naquela época não era a moleza de hoje. hahahaha

Mas que casquinha, que nada! A partir do momento em que o estampido da primeira nota musical da primorosa trilha sonora de John Williams apresentou o logotipo da série que precedia os letreiros iniciais e rolavam em perspectiva se afastando da plateia em direção ao infinito do cosmos, os hormônios sexuais de nossas correntes sanguíneas foram substituídos pela adrenalina estonteante servida pelo filme.

Embora a estrutura narrativa fosse conhecida, o filme trazia um delicioso sabor de novidade. Os efeitos especiais eram de última geração. Os cortes eram muito criativos e a ambientação SIFI inovadora.

O conflito psicológico entre o personagem jovem, representado por Mark Hamil, um ator até então desconhecido e o personagem experiente e idoso, representado por Sir Alec Guiness, embalava uma estória eletrizante de descoberta e superação contra um inimigo poderoso, o Império Galáctico.Peter Cushing, numa “quasiponta” agrega seu prestígio ao filme enquanto que Harrison Ford, no papel de Harrison Ford... hahaha... não, quero dizer, Han Solo, ainda era um nome desconhecido do grande público.

Um fator que me causou curiosidade é o de que o primeiro filme iniciava a saga pelo capítulo IV, A New Hope, já apontando para a idéia de que outros filmes existiriam.

George Lucas, de início, planejava fazer nove filmes, mas por motivos misteriosos diminuiu esse número para 6. Três filmes foram feitos na primeira fase, os capítulos IV, V e VI. A segunda fase estreou 15 anos depois entre 2000 e 2005.

Havia leves pitadas de política e uma forte influência das culturas helênica e oriental. As reviravoltas ao longo da saga lembram Maquiavel.

Naquela tarde, todos se deram bem. Vidrados desde o primeiro instante até o final, saímos do cinema meio tontos como se tivéssemos acabado de passar por um pesadelo extraordinário.

O filme, durante meses, se transformou em pensamento recorrente. Virei fã. Assisti a todos os outros cinco filmes da série, joguei quase todos os jogos relacionados, inclusive um tal de “Star Wars: The Old Republic” que me diverte muito nos dias de hoje. Acho, até, que o filme foi um dos que me inspiraram a querer trabalhar com cinema no passado.

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