6 de nov. de 2012

Branca de Neve


Lá pelos idos do final da década de 60 assisti a "Branca de Neve". Foi, em longas metragens, minha estréia com Disney através do filme que para ele também havia sido sua estréia uns 30 anos antes; Seu primeiro longa metragem e o primeiro longa de animação de todos os tempos.

Um filme que transformava adultos em crianças românticas. Eu, uma criança romântica, transformado em herói anão, identificava-me com o Dunga das orelhas de abano e seu jeito singelo e puro de amar a garota.

A história se passa no ambiente bucólico de um reino europeu fictício, num tempo que sugere a Alta Idade Média.

Um local cujo ritmo se assemelha àquele que Disney imaginava ser o ideal para a convivência em família. Calmo e tranqüilo, mas também cheio de possíveis aventuras e diversão.

"Branca de Neve", a fábula da menina-moça que quase é assassinada pela madrasta invejosa e acaba socorrida por um grupo de anões excêntricos é um clássico da literatura infantil e do cinema mundial com várias versões feitas nos últimos quase 100 anos.



O gatilho da história ocorre quando a vilã do filme, a rainha madrasta de Branca de Neve, descobre que já não é mais a suprema beleza feminina do reino. Em fúria de inveja, decide acabar com a enteada e nova rival.

É nesse ambiente que nos identificamos com a situação frágil em que Branca se encontra e partir daí passamos a sofrer o turbilhão de desventuras a que se submeterá.

Acho que o maior trunfo de Disney sempre foi sua preocupação em fornecer diversão para toda a família. Nesse sentido, percebe-se uma evolução desde seus primeiros desenhos de Mickey até seus sofisticados parques de diversão. Da mesma forma há uma evolução na direção da família quando analisamos os anões que se transformam, com a chegada da figura feminina, de uma gangue egoísta e mimada para um fraterno e solidário grupo de amigos.

Ela e seus ajudantes, tão humanos, nos fazem imergir naquele ambiente tão distante de nossas realidades como se estivéssemos dentro de um submarino nas profundezas da imaginação de um bardo.

Pouco se pescou de tais sutilezas quando do lançamento da película, mas certamente tudo isso foi sentido com a mesma intensidade que ainda nos arrebata ano após ano.

Percebemos o quanto Walt Disney sempre se aproximou de seu público quando os sentimentos de seus personagens se refletem em nós; O medo da jovem garota ao se deparar com a morte, sua gratidão pelo caçador que, em misericórdia, a deixa viver, o pânico de estar perdida num escura floresta à noite, ou o alívio do encontro com os anões. A profunda ligação de amizade entre eles é de dar inveja. Todas essas e muitas outras sensações nos transformam em espíritos errantes a assistir “in loco” os infortúnios e alegrias de

Branca de Neve e os Sete Anões (1937)


Direção: William Cottrell, David Hand
Roteiro: Ted Sears (história), Richard Creedon (história)
Elemco: Adriana Caselotti, Harry Stockwell e Lucille La Verne



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