4 de out. de 2012

Mente Que Eu Gosto

A Política, nesses dias de comunicação em massa, tornou-se uma espécie de entretenimento. Dessa forma, o domínio da informação é fundamental para seu bom desempenho e pode ter desdobramentos significativos no que diz respeito ao tipo de exemplo que é exibido pelos sacripantas em seu verborrágico circo de aberrações.

Se aparecesse por aqui, um profeta messiânico genuinamente bem intencionado, talvez dissesse algo do tipo:

"Cuidai com o que dizeis a vossas criancinhas! Elas a tudo ouvem e em tudo acreditam! Tu és o exemplo maior para teus filhos. Não jogue merda em seu próprio ventilador, idiota!"

Claro! Afinal elas podem confundir "bife ali na mesa" com Bife à Milanesa. Bife sola de sapato pode virar Pato à Sasso Belifa(?!?).

Quando a fome aperta o sujeito vira alvo fácil para o populismo barato. As migalhas são um forte entorpecente. Uma arma eficaz na comunicação com o povo.

Veja o caso de El Cid:

Conta a lenda que, no século XI, Rodrigo Diaz de Vivar, derrotou os mouros jogando pão para a plebe faminta entrincheirada durante quase dois anos entre os muros de Valência. Com essa estratégia virou a casaca da multidão.


"Povo faminto, sou eu quem pode acabar com sua fome."

É tiro e queda. Estava nas entrelinhas do gesto.

Nessas horas a turba prefere comer apresuntado e nada de arrotar peru que é para não correr o risco de perder um grama sequer.

O grande e respeitável público pode confundir “cefetão de gravata” com capitão de fragata, a “bunda do funileiro” com a banda dos fuzileiros.

Um show é sempre um show. Quanto maior e mais popular com cara de luxo, melhor. O povo se esquece da própria sorte e embala no carnaval de bobagens que se ejacula aos quatro ventos.

Os caras viraram mestres dos disfarces "sofismáticos".

Num pais onde hoje, a maior parte da população é burguesa, (Não! Burguês não é só um sujeito das elites mais abastadas!) ainda tem gente fazendo campanha contra a malvada burguesia que come criancinha. É o espetáculo das máscaras que não querem cair. Do entorpecente que corrói nossos sentidos. Invente um cachorro morto e dê para todo mundo chutar que a rapaziada se embriaga.

Daí fica difícil provar que mensalão não é caixa dois, que caixa dois (com grana do povo) não é crime, que crime não é contravenção, que contravenção não é mero deslize desculpável. A cortina de fumaça deixou a coisa preta e a maioria não percebeu... Ou não queria perceber. Quem percebeu e abriu o bico foi quase amordaçado.


Mas não é que de repente acabaram exagerando nas falcatruas e nas mentiras? Não é que passaram do limite da ilusão? Não é que acreditaram demais na própria novela? O caldo entornou e continuaram com o espetáculo de mágicas de fundo de quintal.


Parece que dessa cartola, o coelho não esta mais querendo sair. Quem controla o comando da nau é um inflamado e sensato homem de capa nas costas e caneta na mão, provando que Edward Bulwer-Lytton estava certo. Mostrando que o show de horrores nefastos pode ser substituído pelo debate das idéias iluminadas de ética e legalidade. Não precisamos dessa funesta neblina negra com seus exemplos tortos.

Precisamos, sim, é das luzes da ribalta abrindo nossas cabeças para princípios retos.

Precisamos aprender a diferença entre o visivelmente certo e o sombriamente errado.

A grande verdade de tudo isso é que quando há liberdade de informação fica evidente o adágio de que, com sucesso, pode-se mentir para muitos durante algum tempo, pode-se até mentir para alguns poucos durante muito tempo; Fica provado definitivamente que

É impossível mentir para todo mundo o tempo todo.


A liberdade de comunicação é a pena que derrota a espada.






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