Farofa no Cinema
Antigamente pegava um cineminha, pelo menos, de umas 6 a 10
vezes por mês. Ia muito sozinho, durante à tarde para não pegar fila. Quando o
filme era daqueles que mulher não gosta, o pecado ficava mais brando e nem
justificava penitência. Hahaha
Meus locais favoritos eram os “shoppings”, Iguatemi e
Eldorado em princípio. Morava por ali e o Cal Center também era uma
possibilidade. Preferia o Iguatemi, pois tinha uma doceira Ofner no andar
térreo.
Eu entrava e ia direto para lá, comia uns dois salgados e escolhia
uma penca, mais ou menos assim:
Umas 2 ou 3 coxinhas,
Uns 5 croquetes,
1 casadinho de camarão,
2 rissoles de palmito,
Mandava embrulhar numa bandeja para viagem. Só que a viagem
era curta... Seu destino era um dos cinemas a que eu pretendia ir. Hahaha.
Batia a bandeja inteira antes mesmo do meio do filme. Bons tempos aqueles em
que eu comia o triplo e engordava um terço.
Foi assim que assisti a clássicos toscos do tipo:
A Hora do Espanto 1 e 2, A Hora do Pesadelo 1, 2 e 3, Sexta-Feira
13 (1 a 18!!!), Halloween (perdi a conta).
Ou clássicos/ “cults” mais manjados:
Guerra do Fogo, O Nome da Rosa e O Urso de Jean Jacques Annaud,
Labirinto de Frank Oz com David Bowie,
Explorers de Joe Dante com Ethan Hawke, ainda garoto,
Blade
Runner de Ridley Scott com Harrison Ford, Hutger Hauer e Darryl Hannah,
O Enigma Que Veio do Espaço de John Carpenter com Kurt Russel,
O Iluminado de Stanley Kubrick com Jack Nicholson,
Brazil de Terry Gilliam,
Fome de Viver de Tony Scott com David Bowie e Catherine
Deneuve,
E algumas pérolas que deveriam ser mais valorizadas,
Comando 10 de Navarone de Guy Hamilton (conhecido por filmes
de James Bond) com Harrison Ford, Robert Shaw e Edward Fox,
A História de Um Soldado e Karatê Kid de Norman Jewison,
Poltergeist de Tobe Roper,
Fuga de Nova Iorque e A Bruma Assassina de John Carpenter,
Um Peixe Chamado Wanda de Charles Crichton e John Cleese do Grupo Monty
Python,
Entre outros.
A partir de um dado momento, os caras do cinema começaram a
encrencar com minhas bandejas. Diziam que não podia entrar com comida no cinema.
“E a comida que vocês vendem? Essa pode, né?”, argumentava em vão.
Passei a fazer mais um escala antes de ir à Ofner.
Eu tinha um amigo que trabalhava na HiFi, local onde, muitas vezes, eu
passava horas, escolhendo discos. Sim, essa foi a época dos
discos de vinil.
Eu entrava na loja
dele e pedia duas sacolas de plástico. Depois ia à Ofner e cumpria meu ritual.
Antes de entrar no cinema, como mula, embalava cuidadosamente a bandeja dentro
de uma das sacolas e depois colocava o pacote dentro da outra sacola. Durante
anos, contrabandeei meus salgados para dentro do cinema dessa forma.
Caito:
ResponderExcluirSeu estilo de escrita eh muito gostoso de se ler. Me lembra um pouco o estilo de um colega de turma do ITA que eu tive, chamado Tagil Ramos (acabou virando jornalista...). Se voce tiver um tempo, dah uma olhadinha no blog dele, http://tagilramos.blogspot.com/. Chama Biscoitos com Pipoca 2.0...Suas cronicas sao excelentes!
Muito obrigado! Vindo de você me enche de orgulho.
ExcluirHahahah divertidissimo!
ResponderExcluirObrigado, lindinha.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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