27 de out. de 2012

Salvador 77

No verão de 1977 passei um mês em Salvador na casa de meus avós de criação. Meu irmão e eu éramos surfistas e viajávamos quase todos os dias até a área perto de Itapuã para curtir as praias daqueles lados.

Entre os grandes prazeres gastronômicos que a Bahia tinha (e tem) a oferecer, um dos expoentes nos momentos de intensa fome após o mar era uma iguaria vendida por aquelas baianas com seus tabuleiros enfileirados à beira da orla marítima. Um peixinho frito no azeite de dendê que a gente comia ali mesmo com as mãos ainda enrugadas pela água do mar. A saborosa carne, da espinha do peixe, soltava macia, suculenta... no final sobravam só a cabeça, o rabo e os ossos.

Dona Mina, minha avó materna, havia escapulido para Salvador a fim de tirar férias junto conosco e fazia questão de nos levar para jantar fora todas as noites.
Conheci excelentes restaurantes e botecos naqueles dias. Aqui estão os destaques que ficaram em minha memória:

Bargaço

Nossa! A Moqueca de Camarão era delirante!

Diferente do camarão, peixe jamais foi uma preferência para mim, O Bargaço, com sua moqueca e seus grelhados, alcançava dimensões palatais extraordinárias.

Casa da Gamboa 

Gostei muito desse pitoresco restaurante no Pelourinho que na época era considerado o melhor da Bahia.


Uma ligeira pesquisa na internet, no entanto, sugere uma perda de qualidade. Como não posso ainda comprovar, sugiro que se informe e tire suas próprias conclusões. Aqueles que tiverem informações sobre o local, por favor, deixem seu comentário.

O site não funcionou quando tentei acessar.

Restaurante do Yacht Clube da Bahia

Saboreei vários pratos da cozinha internacional aqui. Um fondue de carne com acompanhamentos indianos era minha mais frequente escolha.


Não posso afirmar que seja o mesmo restaurante em que me deliciei durante tantas e tantas noites, mas aposto que vale a pena checar. Todo bom clube de cidade grande tem, no mínimo, um competente restaurante.

Restaurante do Hotel Le Meridien

No último andar desse hotel que, à época, disputava, com o Othon Palace, a primeira colocação entre os melhores do Brasil, havia esse magnífico restaurante. Muito embora nem percebesse, foi ali que comecei a descobrir que existia uma coisa chamada gastronomia. Nesse restaurante percebi, depois de muitos anos de inércia, a existência de uma culinária eminentemente francesa. O Filé ao Molho Roti e o Steak Diana eram impecáveis.

Lanchonete do Hotel Praiamar - Farol da Barra - Hoje Sol Barra Hotel

A lanchonete da piscina do hotel era muito boa e oferecia ótimos sanduíches. Como destaque apontaria o seu Club Sandwich.

É bom ressaltar que

 Nem só de comida típica vive a Bahia.

Durante aquelas férias visitamos amigos e parentes de meus avós, O baiano sabe, como ninguém, servir um banquete ou refeição para seus convidados. Há pratos caseiros variados de saladas, carnes, aves e peixes. Muitos são bem conhecidos de todos nós, mas nas mãos dos baianos ganham um algo mais. Há sobremesas baianas deliciosas que povoam nossas casas e nós nem sabemos de sua origem.

Posso dizer, sem medo de exagerar, que a comida baiana, entre as tantas excelentes irmãs brasileiras, é, em minha opinião, a mais saborosa que já experimentei.

Ainda bem que temos, aqui perto de nós, uma baianinha arretada que sempre nos presenteia com suas delícias da cozinha.

Esse post é uma homenagem às duas melhores cozinheiras amadoras que tive o prazer de conhecer e cuja comida, durante muitos anos, tive, e de uma delas ainda tenho, a sorte de saborear. Ambas, baianas de sangue e de coração... feiticeiras de forno e de fogão.

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